117. É Só Ansiedade
“Liz Bianchi”
Ajoelhada no chão frio do banheiro, tento controlar as náuseas que insistem em vir.
Minha cabeça gira, minhas mãos tremem e toda vez que fecho os olhos, vejo tudo dando errado.
Por mais estressante que seja, todo esse nervosismo deveria ser normal para mim.
Já participei de outras apresentações importantes antes, mas nunca cheguei a esse ponto. Nunca senti no corpo os sinais físicos da ansiedade.
— Respira, Liz — murmuro para mim mesma, encostando a testa no azulejo gelado. — É só ansiedade. Vai passar.
Mas não passa. Pelo contrário, parece piorar.
A porta se abre bruscamente e ouço protestos do lado de fora.
— Liz? — a voz de Ettore ecoa pelo banheiro.
— Vai embora — murmuro, sem levantar a cabeça. — Não quero que me veja assim.
— Piccola — responde, já se ajoelhando ao meu lado. — O que está acontecendo?
— Meu estômago… quer sair pela boca.
— É só nervosismo — diz ele, acariciando meus cabelos. — Vai passar.
— Estou com medo — respondo, finalmente levantando o olhar p