Cheguei ao prédio central, respirei fundo e entrei na sala de reuniões. O silêncio do lugar já deixava claro que aquela conversa não seria simples. Meu superior, coronel Mendes, estava sentado à cabeceira, firme como sempre. Assim que me viu, fez um gesto para que eu me sentasse.
— Comandante, o que você tem de tão urgente para tratar? — perguntou direto ao ponto.
Cruzei as mãos sobre a mesa e não hesitei.
— É sobre a agente Lara. Preciso ser claro: ela não tem disciplina para estar na minha equipe.
Os olhos do coronel se estreitaram. Ele sabia que eu não fazia acusações levianas.
— Explique.
— Primeiro, senhor… — soltei o ar devagar, como se jogasse fora um peso. — Eu já tive um relacionamento com ela, muitos anos atrás, quando ainda estava no início da carreira. Foi algo breve, sem importância. Mas isso não muda o fato de que hoje ela representa um risco.
Mendes arqueou a sobrancelha.
— Continue.
— Recentemente, durante a operação no prédio comercial, quando os reféns estavam em ris