Parte 42...
Aurora
— E se eu te der um beijo? - repetiu quando eu não disse nada.
Arturo estava perto. Cínico, confiante. Como se a ideia de selar um acordo com um toque na minha boca fosse lógica de máfia. É, talvez fosse. A lógica dos mafiosos não é lá muito adequada. Vai mais de interesses e conveniência.
— Tenta - retruquei, seca. — Só tenta pra você ver o que pode acontecer.
Ele abriu um meio sorriso. Inclinou o corpo em minha direção. Estava prestes a dizer alguma outra idiotice quando a porta os passos vieram firmes e olhei na direção da porta que escancarou com violência.
— Mas que porra tá acontecendo aqui?
Domenico. Suado, tenso, olhos faiscando. Ele olhou pra mim, depois pra Arturo, e o sorriso que veio não tinha nenhum humor.
— Claro. Devia ter imaginado. Você já correu para outro - apertou os olhos me encarando.
— Domenico, não é o que você pensa...
Meu coração estava batendo forte. Ele apareceu muito antes do que pensei quando li sua mensagem.
— Não me faz de otário, Au