Parte 111...
Aurora
No quarto, ele me deitou com cuidado, mas os olhos ainda tinham urgência. As roupas foram saindo aos poucos, mas nada era apressado. Havia algo firme nos gestos dele, como se estivesse me reconquistando ali, sem palavras.
— Só você, Aurora. — murmurou contra minha pele. — Desde sempre. Pra sempre.
Respondi puxando-o mais para perto, deixando que ele me tomasse por inteiro, com um amor que queimava no limite entre raiva e entrega. Não era sexo. Era reencontro. Era promessa silenciosa de que nenhum mal-entendido seria maior do que o que sentíamos.
E naquele meio da tarde abafada, entre lençóis desfeitos e corações ainda acelerados, eu soube — de novo — que ele era meu lar.
Mesmo quando a gente brigava como se fosse guerra.
Sobretudo quando a paz vinha assim, com as mãos dele marcando a minha pele.
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Dois dias depois...
Era fim de tarde, e a luz morna do sol atravessava as cortinas com delicadeza, deixando a cozinha num tom dourado e calmo. O cheiro de bolo