Parte 48...

Aurora

— Vai ser difícil pra mim, ter que me segurar pra não pegar aquele velho filho da puta e acabar com a raça dele. É como me pedir pra não ser homem.

— Ai, que comparação, Domenico.

— Mas é verdade. Como vou fazer agora, sabendo dessas coisas? Eu tenho que fazer algo.

Dava pra ver que ele estava alterado, mas se ele fizesse algo contra meu pai, eu sei que minha mãe iria sofrer muito mais.

— Não tem que fazer nada. Arturo vai falar com o pai dele. Não vai insistir em manter esse acordo.

— Acho essa conversa dele bem estranha.

— Tanto faz, eu não vou me casar com ele e pronto - tentei me levantar.

— Não vai mesmo - tirei seu cabelo do rosto — Você vai comigo lá pra casa.

— Em Palermo? - olhei pra ele no susto.

— É claro!

— Não... - levantei de vez — Não tem nada de claro. Eu vou ficar aqui.

— Aqui eu não posso ficar o tempo todo.

— E quem disse que você ia ficar?

Ele franziu a testa como se eu tivesse falado em outra língua.

— Como assim, Aurora?

— Que aqui agora vai se