O tempo dentro do quarto parecia respirar junto com eles.
A manhã já havia passado. A tarde avançava pelas janelas, tingindo o chão com a luz dourada do entardecer. Selena permanecia ao lado de Darian, como prometera. Os dedos ainda entrelaçados, o corpo junto ao dele — vigilante, presente, entregue.
O quarto era silêncio e espera.
Mas não era vazio.
Selena acariciava com suavidade a mão dele, o olhar perdido em seus traços tão familiares. Àquela altura, já não falava mais. As palavras haviam se transformado em presença. Em toque. Em intenção.
Ela estava exausta. Mas firme.
Seu corpo cansado se inclinava para frente de tempos em tempos, e ela lutava contra o sono. Não ousava fechar os olhos. Não agora.
Foi então que algo mudou.
Primeiro, um movimento sutil das pálpebras. Tão leve que poderia ter sido um espasmo. Mas não foi.
Depois, outro. E mais um.
Selena se ergueu devagar, como se temesse assustar o momento. Seu coração acelerou, os olhos atentos ao menor sinal. O ar pareceu pesar,