A manhã nasceu devagar, como se até o tempo soubesse que ali dentro tudo era delicado.
Selena ainda estava sentada na mesma posição de sempre: ao lado da cama, segurando a mão de Darian com os dedos entrelaçados.
Já fazia três dias desde que o haviam trazido desacordado, com a respiração fraca e a alma oscilando entre mundos.
Ela não chorava.
Não dormia.
Só observava.
Com olhos firmes e alma em vigília silenciosa.
Às vezes sussurrava coisas para ele.
Palavras de amor. De lembrança. De promessa.
— Eu estou aqui, amor...
Você me ouviu quando tudo escureceu.
Agora sou eu quem te espera.
Mesmo sem saber quanto tempo mais.
Ela saía do quarto apenas por minutos, duas vezes ao dia — o suficiente para comer, lavar o rosto ou trocar as roupas.
Toda vez que voltava, fazia o mesmo gesto:
sentava-se, pegava a mão dele… e recomeçava a vigília.
As curandeiras a observavam de longe. Nenhuma a interrompia.
Mayra, sempre presente, vinha com infusões quentes, panos limpos e palavras que abraçavam.
— Qu