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Capítulo 8 Amanhã, ela não virá mais
Ele tinha dito para Carolina descansar.

Mas ela não descansou.

Ainda havia muito a fazer.

No primeiro dia, foi para a empresa e passou o dia inteiro terminando as pendências: concluiu todo o repasse de funções, organizou os documentos a serem assinados, reuniu os contratos que precisavam ser entregues e deixou o diário de compromissos de Matheus devidamente classificado.

Nesse dia, na copa, ouviu colegas comentando que Matheus, para causar o máximo impacto, tinha comprado todos os painéis eletrônicos da cidade A para transmitir a cerimônia ao vivo.

No segundo dia de folga, Carolina empacotou todas as suas coisas que ainda estavam no apartamento de Matheus e as entregou a voluntários, para que fossem doadas a quem precisasse.

Naquele dia, ouviu esses mesmos voluntários comentando que a família Santos, para celebrar o casamento de Roberto, iria oferecer um grande banquete aberto a toda a cidade A, sem aceitar presentes.

No terceiro dia, Carolina foi à igreja.

Passou seis horas inteiras raspando, com as próprias mãos, os nomes que ela e Matheus tinham gravado na pedra anos atrás.

Quando finalmente apagou tudo, a pele de seus dedos estava em carne viva, sangrando.

Nesse dia, na televisão, viu a entrevista de Matheus e Tatiane juntos. Ele prometia oferecer ao público um casamento totalmente inovador e inesquecível.

No quarto dia, véspera do casamento, Carolina foi ao local da cerimônia e presenciou o ensaio de Matheus e Tatiane.

Tatiane, radiante, convidou-a para subir ao palco:

— Senhorita Carolina, no dia vou jogar o buquê para você. Assim você herda a nossa felicidade e encontra logo o amor da sua vida.

Carolina fez exatamente como ela pediu: ficou atrás, assistindo enquanto eles percorriam cada passo do ritual.

Viu Matheus pronunciar votos de amor para Tatiane, colocar o anel em sua mão, e Tatiane, de olhos fechados e cabeça erguida, esperando pelo beijo.

Mas o beijo não veio.

Matheus desviou o olhar para Carolina.

E a viu ali, de expressão tranquila e olhar límpido, observando-os.

Naquele momento, ela lhe pareceu uma estranha.

E, junto com essa estranheza, nasceu nele uma sensação inexplicável, mistura de inquietação e medo.

— Por hoje chega. Estou um pouco cansado. — Disse Matheus, encerrando o ensaio.

Que pena… Se ela tivesse visto, talvez seu coração morresse de vez.

Mas não viu hoje… E não veria amanhã.

Porque, amanhã, ela não viria mais.

— Theus… — Protestou Tatiane, contrariada.

Ela queria se enroscar em Matheus na frente de Carolina, para que esta perdesse de vez qualquer ilusão.

— Carolina, venha aqui. — Interrompeu Matheus, chamando-a.

— O senhor tem alguma instrução? — Respondeu ela, no tom mais formal possível.

Matheus tirou a gravata do pescoço. Olhou para Carolina como se quisesse dizer algo, mas não soube por onde começar. No fim, apenas atirou a gravata para ela.

— Prepare outra para mim.

— Carolina, amanhã não quero ver você. Você não vai aparecer no meu casamento. — Disse Tatiane, pegando a gravata da mão de Matheus e lançando a ela um olhar frio de aviso.

Ela sabia: o motivo de Matheus não ter querido beijá-la antes estava ligado a Carolina. E tinha visto o jeito como ele olhara para a outra.

Inicialmente, sua ideia era fazer Carolina vir ao casamento, para testemunhar sua felicidade com Matheus e, assim, desistir.

Mas agora, mudara de ideia. Temia que a presença dela trouxesse algum imprevisto.

Carolina notou o nervosismo escondido no rosto de Tatiane e sorriu de leve.

— Então, você vai ficar sem uma das madrinhas.

— Isso não é problema seu. Só não apareça amanhã. Se ousar vir, se prepare para passar vergonha. — Ameaçou Tatiane.

Lembrando-se da armadilha que sofrera no dia da prova do vestido, Carolina assentiu levemente.

— Está bem. Mas tenho algo a lhe dizer.

— O quê? — Tatiane estreitou os olhos.

Carolina fez um gesto para que ela se aproximasse. Embora relutante, Tatiane deu dois passos até ficar diante dela.

Carolina segurou seu braço e apoiou a outra mão na cintura da rival.

Um espasmo agudo de dor fez os olhos de Tatiane se arregalarem.

— Ca…

— Senhorita Tatiane. — Elevou a voz, abafando a reação da outra. — Desejo a você e ao senhor Matheus uma vida longa juntos… E muitos filhos.

A cada palavra, a agulha de aço que ela enterrava na cintura de Tatiane penetrava um pouco mais…

Afinal, foi exatamente assim, com uma agulha, que Tatiane a ferira naquele dia.
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