A luz do sol entra no salão em feixes quentes. Os talheres tilintam à distância, conversas abafadas e risos suaves compondo o fundo do cenário. O que não é relevante, porque só o que consigo ver é ela.
Isabella.
O vestido justo e preto é um desafio aos olhares e à minha resistência. O jeito como caminha e sorri para mim… é difícil resistir. Os olhos brilham com a confiança de quem sabe que a atenção de todos se volta para ela, com reverência.
Senta à minha frente, pernas cruzadas com elegância e uma sobrancelha levemente arqueada. De repente, me ocorre que ela não deveria estar aqui, ou que talvez não devesse parecer tão real? Olho ao redor, confuso.
— O que foi? Cinco minutos não é atraso, você que foi pontual demais — ela diz com um meio sorriso e a voz sedosa.
— Você parece surpresa.
— Estou mesmo. Achei que fosse me deixar esperando, só pra testar meu interesse… — ela sugere.
— E eu achei que você fosse desistir, só para testar minha paciência.
Ela ri fácil demais. O som de sua ris