O silêncio dentro do carro era sufocante. Dante apertava o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. Aurora, ao seu lado, observava cada linha de tensão no rosto dele. O homem frio, calculista e impenetrável que ela conhecera parecia agora tomado por uma fúria silenciosa, prestes a explodir.
— Tem certeza que quer fazer isso assim? — perguntou Aurora, sua voz calma, mas carregada de preocupação. — De peito aberto, Dante?
Ele respirou fundo, mantendo os olhos fixos na estrada.
— Não, Aurora. Não é de peito aberto. — olhou para ela rapidamente, seus olhos escuros e carregados — É com tudo que eu sou. E eu não volto atrás.
O prédio da fundação Moreno se erguia imponente à frente. Tão elegante por fora, mas agora, para Dante, não passava de um antro de mentiras, podridão e traição.
Ao descerem, seguranças tentaram impedir sua entrada. Mas bastou um único olhar de Dante para que recuassem, nervosos. Ninguém em Montserra ousava enfrentar aquele homem quando ele estava n