Dois anos depois
A brisa da manhã acariciava suavemente os campos ao redor da nova casa dos Vasconcellos. Localizada a alguns minutos do centro de Montserra, a propriedade era cercada por árvores frutíferas, flores silvestres e uma varanda ampla que abraçava a frente da casa como um convite à calma.
Isabela estava ali, sentada na espreguiçadeira de vime, envolta em um xale branco. A caneca de chá repousava em seu colo, enquanto seus olhos percorriam as linhas suaves do horizonte. Havia paz em sua respiração. E também um novo ritmo: o de alguém que havia sobrevivido, amado e, finalmente, encontrado o lar — dentro e fora de si.
Sua mão repousava sobre a barriga levemente arredondada. A gestação ainda estava nos primeiros meses, mas o brilho em seu olhar deixava claro que aquele bebê era mais do que um filho — era símbolo de tudo que havia sido reconstruído com coragem, depois do caos.
Leonardo surgiu pouco depois, descalço, com o cabelo ainda desalinhado pelo sono. Ele parou por um inst