Do alto do seu apartamento em Montserra, Helena Vasconcellos observava a cidade com uma taça de vinho nas mãos e os olhos fixos na tela do notebook à sua frente. A manchete que ela mesma ajudara a forjar estampava o topo do site de um dos portais mais lidos da região:
“Ascensão-relâmpago: quem é a desconhecida que agora divide o poder com os Vasconcellos?”
Por fontes internas, casamento de fachada pode ter sido estratégia de Isabela Martins para assumir o controle da holding.
A matéria era cuidadosa. Não acusava abertamente. Mas insinuações permeavam cada parágrafo: citações de “fontes próximas” que questionavam a validade emocional do casamento, trechos truncados de discursos de Helena, e até mesmo uma montagem que comparava o antes e depois da presença de Isabela na empresa — sugerindo que ela havia influenciado decisões polêmicas.
Helena sabia que, para destruir alguém como Isabela, não era preciso atacá-la diretamente. Bastava lançar dúvida suficiente. E a opinião pública faria o