Na hora certa, eu farei acontecer.
Christian Müller –
O corredor do hospital cheirava a antisséptico e medo.
Era um cheiro que entrava pelas narinas e se alojava direto no peito, misturando-se com a angústia que me corroía por dentro.
Estava sentado em um dos bancos duros da sala de espera, com a cabeça baixa, tentando organizar a tempestade que girava na minha mente. Tudo parecia um borrão desde que eu recebera aquela ligação desesperada de Dominic. Minha filha. Minha mulher. Em risco. E eu... tão longe.
Levantei os olhos quando vi Amanda se aproximar. Ela vinha a passos firmes, os braços cruzados à frente do peito, a expressão dura. As sobrancelhas franzidas denunciavam que ela não ia pegar leve. Eu já sabia o que vinha.
— Você tem noção do que quase aconteceu? — ela disparou, sem cerimônias. A voz dela, normalmente firme, agora estava embargada de preocupação e raiva. — Se a sua filha não estivesse com um peso e tamanho bons, talvez agora estivesse numa incubadora... ou nem tivesse resistido.
As palavras dela batera