Laura Stevens –
A casa estava em silêncio quando eles voltaram.
Eu estava sentada no sofá com Tereza no colo, embalada por aquele calor sereno de uma manhã calma, quando ouvi a porta se abrir. Meus olhos foram direto para Amanda, e meu coração afundou no peito no mesmo instante.
Ela entrou devagar, com os passos curtos, como se cada centímetro exigisse mais força do que ela podia dar.
O rosto dela estava pálido, os olhos vermelhos. E ainda assim, havia dignidade em sua postura Era a mesma Amanda de sempre. A mulher que se mantinha erguida como uma torre mesmo em meio às tempestades.
Mas eu a conhecia bem demais para não perceber as rachaduras.
Ela me viu.
E sem dizer uma palavra, veio até mim.
Tereza estava dormindo, então a coloquei de lado, devagar, num ninho de cobertores sobre o sofá.
Amanda parou à minha frente. E seus olhos se fixaram nos meus.
De repente, ela desabou.
Ela caiu nos meus braços com um soluço abafado, como se segurasse aquilo havia anos. E talvez estivesse mesmo.