Christian Müller –
Depois do café da manhã, quando a casa voltou a se aquietar, pedi que Amanda e Dominic me acompanhassem até o escritório.
Eles estranharam o meu tom — sério demais para um domingo — mas não questionaram.
Fechei a porta atrás de nós, nos isolando do restante da casa. O cheiro de madeira antiga misturado ao couro dos móveis impregnava o ambiente, carregado com a sensação de que algo importante estava prestes a acontecer.
Caminhei até a escrivaninha e abri a gaveta inferior.
De lá, retirei uma pasta gasta, abarrotada de documentos envelhecidos pelo tempo, mas que, para mim, pesavam como se fossem feitos de chumbo.
Dominic se encostou na parede, cruzando os braços. Amanda se sentou no sofá, com Tereza já entregue a Laura lá fora, permitindo que ela estivesse ali agora.
Respirei fundo antes de começar.
Eu devia isso a eles.
A verdade inteira.
— Há alguns meses... — comecei, minha voz soando rouca no ambiente silencioso — o prédio da Müller Corporation foi demolido. E com