Laura Stevens –
A lâmina encostava na minha pele com precisão, como se ela soubesse exatamente onde aplicar o corte para me calar de vez.
— Você não devia estar aqui! — Eu sussurrei, sentindo minha voz se quebrar antes mesmo de sair por completo.
O cheiro do hospital — aquele misto de álcool e desespero contido — parecia mais forte naquele banheiro pequeno e frio. A luz fluorescente piscava acima de nós, lançando sombras duras sobre o rosto dela. Um rosto que eu conhecia bem demais. O tipo de rosto que visita pesadelos mesmo quando você está acordada.
— E ainda assim... olha só onde eu vim parar — Ela disse, com a calma assustadora.
Norma.
O nome dela era um veneno antigo. Tão antigo quanto as cicatrizes que carrego até hoje.
— Achei que já tinha te perdido naquela explosão... — Ela disse, com um sorriso torto, irônico. — Mas veja só... Ivy. Ou seria Laura? Ainda não decidi qual nome combina melhor com você
Meu coração batia como um tambor de guerra. Eu sabia que ela era perigosa. Sem