Laura Stevens –
O controle remoto escorregava da minha mão sem que eu percebesse.
A televisão estava ligada há horas, mas só agora as imagens começaram a se fixar como navalhas nos meus olhos. A antiga sede da Müller Group aparecia em chamas de poeira, coberta por ruídos de demolição e sirenes. Máquinas rasgavam concreto como se aquilo fosse só mais uma obra, como se aquele prédio não fosse um marco — Como se não fosse um pedaço do que estávamos vivendo.
O mundo ao meu redor pareceu perder o som. Eu só ouvia meu coração batendo forte.
A câmera tremia. No meio da confusão, um vulto familiar atravessava os destroços. Eu o reconheceria mesmo no fim do mundo.
Christian.
Levei uma das mãos à boca e a outra apertou a barriga, como se isso pudesse proteger o bebê da avalanche de pânico que crescia dentro de mim.
Amanda apareceu atrás de mim, com uma xícara de café que tremia levemente na mão. Ela olhou pra TV, franziu o cenho e ficou em silêncio por um segundo. Um segundo que pareceu uma vid