Mundo de ficçãoIniciar sessãoO dia chegou. O casamento.
O camarim estava cheio, mas o silêncio das minhas mãos trêmulas parecia maior que qualquer conversa ao redor. O vestido branco repousava em um cabide, delicado e pesado ao mesmo tempo, como se carregasse em cada costura a responsabilidade de uma vida nova — a minha, a do bebê, e, de alguma forma, a de Arthur também.
Minha mãe andava de um lado para o outro, ajeitando detalhes que não precisavam de ajuste, como se o movimento fosse suficiente para manter a calma. A cada vez que me olhava, sorria, mas os olhos marejados a traíam.
Minha avó, ao contrário, permanecia sentada, imponente na simplicidade, a bengala apoiada entre as pernas. — Está linda, minha menina. E forte também. — Sua voz era firme, como se me emprestasse a coragem que eu ainda não encontrara.







