Helena
O barulho metálico da porta sendo forçada me arrancou de um estado quase hipnótico. O elevador tremeu levemente e, em seguida, a porta se abriu com um rangido que parecia gritar a realidade.
— O senhor está bem? — perguntou o segurança, entrando apressado. Mas eu não conseguia nem olhar para Arthur.
Meu corpo reagiu antes da minha mente e saí correndo pelo corredor, sem pensar direito, sem dar chance para ele me seguir.
As mãos tremiam, e eu apertava a bolsa contra o peito como se pudesse me proteger do mundo inteiro. A cabeça girava, a sensação de calor e proximidade dele ainda presa na minha pele, impossível de apagar.
— Preciso… preciso de ar .
O corredor vazio parecia grande demais, e ao mesmo tempo, apertado demais para meus pensamentos acelerados. Um arrepio percorreu minha coluna e, mesmo com o frio da tarde, senti meu corpo ainda aquecido pelo elevador, pelo toque, pelo perigo que era Arthur.
Minha mente repetia como um mantra: “Ele é meu chefe. Nada além disso. Nada a