O silêncio que pairou no escritório foi tão intenso que era possível ouvir o som dos pássaros cantando no jardim.
Lila continuava de pé, imóvel, como se o corpo tivesse se recusado a processar as palavras que acabava de ouvir. O som do tique-taque do relógio antigo pendurado na parede ao fundo parecia martelar dentro de sua cabeça, amplificando o clima sufocante que dominava o ambiente.
Ela piscou devagar, duas vezes, tentando puxar para si alguma réstia de lógica, alguma possibilidade de ter entendido errado.
— O quê? — perguntou com a voz trêmula, mas ainda incrédula, como se aquela palavra solitária pudesse deter o que estava por vir.
Gabriel Montgomery, permanecia impassível, sentado em sua poltrona de couro observando o surto da filha, ele inclinou-se para a frente, apoiando os antebraços sobre a mesa de mogno, seu rosto foi iluminado parcialmente pela luz do abajur, seus olhos encaravam a filha com uma frieza de quem já havia tomado uma decisão irrevogável.
— Você vai para a f