Dois meses depois...
Allan entrou no quarto revoltado. Procurou Mairi com os olhos e a encontrou sentada em um sofá, próxima à janela. Estancou por alguns momentos, respirou fundo e se aproximou.
— Como você se atreve, Mairi?
— A quê? – Ela disse, com os olhos pousados num livro.
Ouvindo a respiração entrecortada de Allan, levantou o olhar e o encarou. Vendo que não teria uma resposta, continuou a perguntar:
— A recusar você?
Ela sorriu, e ele se desarmou. Puxou um pequeno banco de madeira e sentou-se próximo a ela. Estava linda. A vivacidade voltara à sua pele. O corpo adquiriu um pouco de volume, e tinha engordado. Os cabelos, ela sempre os mantinha presos num coque. Como ficar zangado diante de tal figura?
— Não temos escolha.
— Não, Allan. Não insista – falou, ao vê-lo abrir a boca.
Allan abaixou a fronte e sorriu.
— Cabeça dura!
Ela riu, e o advogado acompanhou a gargalhada. No entanto, a situação não era engraçada.
— Mairi, você precisa entender...
— Eu já falei que não me casar