Damian
O instante antes do toque dela parecia a espera entre dois trovões.
Amara estendeu a mão, hesitante, recolheu e pegou o punhal, e o punhal que antes carregava como defesa escorregou dos dedos, caindo sobre a pedra com um som metálico que cortou o ar. O punhal brilhou uma última vez antes de se apagar.
Meu lobo rugiu dentro de mim. A decisão estava feita.
Ela deu um passo à frente e, sem nenhuma palavra, me puxou pelo colarinho. O beijo aconteceu com a força de um juramento, quente, urgente, faminto. Era a resposta que eu esperava desde o primeiro olhar, e ao mesmo tempo, o fim de tudo que eu achava que podia controlar.
O sabor dela era mistura de medo e entrega. O vento parou. O mundo inteiro parou.
Quando as bocas se separaram, um brilho prateado explodiu ao redor do círculo. As marcas no chão se acenderam como fogo líquido. O ar pulsava, vibrava, como se o próprio universo tivesse entendido o que acabou de acontecer.
Amara arfava, os olhos faiscando de luz. Marcas idênticas à