Damian
O conselho escolheu o salão mais caro da cidade para a encenação desta noite. Lustres derramavam luz pálida, paredes refletiam ouro, garçons deslizavam em silêncio. Para eles, era estratégia. Para mim, território com cheiros demais.
Entrei com Amara ao meu lado, e o ar mudou de densidade. Não por mim, por ela. O vestido acentuava a coragem sem roubar movimento. A mão no meu braço era postura, não pedido.
— Parece um palco — ela murmurou.
— É uma arena — respondi. — E todos acreditam que podem tocar no troféu.
— Eu não sou troféu.
— Eu sei.
As câmeras estalaram, o conselho sorriu por cima de taças. Eu lia os rostos ao redor… fome disfarçada, inveja mal escondida, desdém elegante. O lobo, sob a pele, levantou as orelhas.
— “Eles a medem como presa.” — ele rosnou.
— Ela não é presa. — devolvi.
— “Marca. Agora.”
— Não cedo ao teu desejo.
Maya interceptou nossa marcha com pautas de imprensa. Balancei a cabeça. Hoje, não. Hoje, eu contaria portas e saídas. Cumprimentei banqueiros, a