As horas passam e a madrugada fica para trás, dando espaço para os primeiros raios de sol baterem nas janelas. E nada da Ava aparecer.
Por fora, Hector parecia tranquilo. Acordou, desceu, tomou café em silêncio, como se estivesse tudo normal. Nem mencionou o nome dela, ou fez qualquer tipo de pergunta. Nada.
De longe, Doris observava quieta. Achou estranho, claro. Mas preferiu não abrir a boca. Conhecia-o o suficiente para saber que, com ele, uma palavra fora de hora podia transformar uma simples gota em uma terrível tempestade.
Então ficou na dela. Só olhando. Porque, mesmo fingindo calma, dava para ver que alguma coisa estava errada.
Muito errada.
No entanto, quando o relógio começou a se aproximar da hora do almoço, a paciência de Hector falhou. A fachada calma já não se sustentava mais.
Ele andava de um lado para o outro pela sala, indo até a janela a cada cinco minutos, espiando o portão como se isso fosse fazer Ava aparecer. Mas o portão continuava fechado. O mesmo silêncio. O m