E assim os dias passaram… dias que viraram semanas, e semanas que se transformaram em meses.
Todo e qualquer contato com Pérsia passou a ser estritamente profissional. Ela entrava em sua sala com relatórios em mãos, entregava análises detalhadas sobre os clientes, sentava-se ao seu lado para revisar contratos e mesmo assim, entre eles, não havia uma única palavra além do necessário.
Nenhum desvio. Nenhuma lembrança. Nenhuma brecha.
Era como se nada tivesse acontecido.
Mas havia acontecido e aquilo o corroía em silêncio, apesar do tempo.
O que mais doía em tudo aquilo era a maneira como ela conseguia ser fria. Como se ele fosse apenas mais um rosto entre tantos com quem ela precisava lidar. E, por mais que a vontade dele fosse atravessar aquela muralha que ela construiu entre os dois, o seu senso de respeito e talvez o medo de afastá-la de vez o mantinha imóvel.
Em mais uma noite, ao chegar em casa após um dia exaustivo, David tomou um banho demorado, na tentativa inútil de lavar da pe