Após ouvir o conselho do pai, David percebe que não podia mais esperar que as coisas se resolvessem sozinhas. E, no fundo, também não queria. Algo dentro dele havia mudado, uma urgência, uma coragem que há meses estava adormecida.
Ele pega o notebook que costuma usar para trabalhar em casa, acessa o sistema da empresa e localiza o endereço residencial de Pérsia. Sabe que aparecer de surpresa, ainda mais à noite, pode assustá-la. Talvez ela diga coisas que ele preferia não ouvir. Mas, ainda assim, estava disposto a arriscar. Depois de tantos meses de silêncio e autocontrole, a tortura emocional que se impôs só lhe prova uma coisa: ele não pode mais adiar o inevitável.
Assim que encontra o endereço e o número da casa, anota num pedaço de papel e o guarda no bolso. Depois, se veste depressa e sai de casa com passos apressados.
— Filho, aonde vai a essa hora? — a voz de Rafaela o surpreende no jardim, fazendo-o parar por um instante.
David se vira com um brilho diferente nos olhos.
— Vou