No quarto de hospital, Hector caminha de um lado para o outro, inquieto. Os passos lentos e impacientes refletem a tentativa frustrada de afastar os pensamentos que o cercam; insistentes, sufocantes, inevitáveis.
— Você precisa se acalmar — diz Doris, sentada na poltrona ao lado da cama, observando-o com preocupação.
— Já cansei de ficar preso aqui — retruca, sem parar de andar.
— Eu sei — ela responde calmamente. — Mas o médico foi claro: ainda é preciso ficar em observação por mais alguns dias.
— Mas esse lugar me sufoca, Doris. Essas paredes, esse silêncio… tudo aqui me lembra o que eu posso perder.
Ela suspira, mantendo a paciência.
— Eu entendo. Mas, nesse momento, a sua saúde precisa vir em primeiro lugar.
Parando por um instante, ele encara a janela fechada e respira fundo.
— Eu até penso nisso, penso em melhorar… mas agora isso não é suficiente. O que me consome é não saber o que está acontecendo com a Ava. Meus advogados já deviam ter me dado alguma resposta. E se ela… se ela