171: Buscando o que me prometeu

Respirando fundo, Doris enxuga rapidamente as lágrimas com as costas da mão e toca o ombro dele, que permanece de cabeça baixa, como se não tivesse coragem de encará-la novamente.

— Você não precisa ser perfeito, Hector — confessa. — Nunca precisou. Eu nunca estive aqui devido às suas virtudes. Estive porque, mesmo nas suas sombras, eu enxergava o menininho que o médico colocou em meus braços assim que nasceu.

Ela coloca a mão sobre a dele com ternura.

— E você merece, sim, ser o meu filho. Mesmo com todos os erros, mesmo com tudo o que fez ou deixou de fazer. Você merece ser amado. Porque está tentando mudar. Está sentindo. Está enfrentando o que sempre fugiu.

Ele levanta o olhar, com os olhos marejados e surpresos por vê-la falar com sinceridade.

— Eu te machuquei tanto…

— Sim — ela admite, com honestidade. — Várias vezes. Mas ainda estou aqui, não estou?

— Por quê?

Doris sorri, um sorriso pequeno, doído e cheio de verdade.

— Porque amar é isso. É permanecer, mesmo quando o outro nã
Célia Oliveira

Parece que a paz vai reinar… ou não.

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