Respirando fundo, Doris enxuga rapidamente as lágrimas com as costas da mão e toca o ombro dele, que permanece de cabeça baixa, como se não tivesse coragem de encará-la novamente.
— Você não precisa ser perfeito, Hector — confessa. — Nunca precisou. Eu nunca estive aqui devido às suas virtudes. Estive porque, mesmo nas suas sombras, eu enxergava o menininho que o médico colocou em meus braços assim que nasceu.
Ela coloca a mão sobre a dele com ternura.
— E você merece, sim, ser o meu filho. Mesmo com todos os erros, mesmo com tudo o que fez ou deixou de fazer. Você merece ser amado. Porque está tentando mudar. Está sentindo. Está enfrentando o que sempre fugiu.
Ele levanta o olhar, com os olhos marejados e surpresos por vê-la falar com sinceridade.
— Eu te machuquei tanto…
— Sim — ela admite, com honestidade. — Várias vezes. Mas ainda estou aqui, não estou?
— Por quê?
Doris sorri, um sorriso pequeno, doído e cheio de verdade.
— Porque amar é isso. É permanecer, mesmo quando o outro nã