Eles permanecem abraçados por um longo tempo, como se estivessem colando os cacos de tudo o que o orgulho e o silêncio haviam quebrado. Ethan afaga os cabelos da filha com carinho, e ela se permite descansar por alguns minutos naquele colo que tantas vezes desejou, mas que não teve coragem de procurar.
Depois de um tempo, ainda com a cabeça encostada no ombro do pai, ela murmura, hesitante:
— Pai… o que eu faço agora? Como devo prosseguir?
Ethan afasta-se apenas o suficiente para olhar em seus olhos. Seu semblante está mais sereno, mas atento.
— Antes de te dizer qualquer coisa, filha… preciso entender. Preciso saber o que está acontecendo com você.
Declinando os olhos, ela engole em seco. Parte dela quer se calar. Mas pela primeira vez sente que pode se abrir sem ser julgada.
Respira fundo antes de começar. No início, sua voz sai baixa, quase hesitante. Mas, à medida que as palavras ganham corpo e ela mergulha nas lembranças, sua confiança cresce. Então, revela tudo, cada detalhe do q