O som dos aparelhos já havia se tornado insuportável para Doris, que não arredava o pé da beira do leito de Hector há dias. Já se passava uma semana desde que ele foi internado, e ainda assim, nenhum sinal de melhora. Nenhum movimento, nenhuma reação. Apenas o silêncio dele e o bip constante, que a fazia sentir como se o tempo estivesse congelado.
Sentada ao lado da cama, ela segura a mão dele com cuidado, como se aquele simples contato pudesse protegê-lo de todo o mal que o havia atingido. Seus dedos acariciam a pele fria do filho, enquanto os olhos marejados se fecham lentamente.
— Meu Deus… — sussurra, quase em silêncio. — Eu sei que o Hector tem os seus defeitos… Mas, por favor, não o deixe nesse estado. Não assim. Ele tem muita coisa para viver ainda… muita coisa para consertar.
Ela faz uma pausa, engolindo em seco a dor que insiste em transbordar.
— Eu daria tudo para trocar de lugar com ele. Tudo, Senhor… — murmura, apertando levemente a mão dele. — Eu só quero vê-lo abrir os ol