Ao chegar na casa onde morava com Hector, Ava desce do carro com tanta pressa que nem espera por Estelle, que corre atrás, tentando alcançá-la.
— Ava, espera! — chama, ofegante. — Tenta esfriar a cabeça antes de conversar com o Hector. Nesse estado, você pode acabar dizendo algo de que se arrependa depois.
— Eu não quero me acalmar! — rebate, girando nos calcanhares. — E é bom que ele me ouça exatamente assim, porque só desse jeito vou conseguir ser sincera. Hoje, ele vai ouvir tudo o que está entalado aqui dentro!
— Ava, por favor… — Estelle a segura pelo braço. — O Hector mudou. Ele não é mais o homem que você conheceu no começo. Dá uma chance para ele se explicar, pelo menos uma…
Com rancor, se solta do toque com força.
— Isso não é problema seu, Estelle! — diz entre os dentes, revelando a voz trêmula de raiva. — Fica fora disso ou eu vou acabar te odiando também.
Estelle recua, chocada com a dureza daquelas palavras. Ava não olha para trás. Sobe os degraus da entrada como um furacã