Camélia estava em seu quarto, sentada na beira da cama, mexendo distraidamente na borda do cobertor enquanto tentava organizar seus pensamentos. Algo dentro dela se agitava, uma sensação incômoda, como se algo a estivesse puxando para um lugar que ela não conseguia compreender.
O quarto estava iluminado apenas pelo abajur ao lado da cama, lançando sombras suaves nas paredes de madeira. Cauã estava encostado na porta, os braços cruzados e a expressão fechada. Ele não era de demonstrar facilmente suas emoções, mas Camélia sabia que ele estava preocupado.— Você tá estranha. — Ele finalmente quebrou o silêncio, seu tom baixo, mas firme. — Desde que chegamos aqui, você tem agido diferente.Camélia soltou um suspiro, inclinando a cabeça para trás e encarando o teto. Como ela poderia explicar algo que nem ela mesma entendia?— Eu não sei, Cauã. — Ela passou a mão pelos cabelos, frustrada. — É como se… tivesse algo me puxando pra cá. Algo que eu não