Enquanto caminhava em direção ao seu quarto, Henri passou em frente ao de Gael. Pensou em seguir reto, fingir que nada estava errado… mas os passos vacilaram. Respirou fundo, como se aquilo fosse lhe custar um esforço absurdo, e então bateu na porta.
— Vai embora! — ouviu a voz abafada do irmão do outro lado.
Ele cerrou os olhos por um segundo, ponderando se devia insistir ou não. No fundo, sabia que talvez devesse deixar para lá. Mas alguma coisa mais forte o empurrou. Girou a maçaneta devagar e empurrou a porta, entrando.
Gael estava sentado diante da escrivaninha, mexendo no computador, com o olhar fixo na tela, embora não parecesse enxergar nada do que estava ali.
— Você está bem, cara? — Henri perguntou, ficando de pé, encostado na porta semiaberta.
— Já disse que sim — Gael respondeu, sem virar o rosto.
— Se quiser conversar, sabe que pode contar comigo.
— Valeu, mas eu não quero conversar, não.
— Tudo bem… — murmurou, dando um passo mais para dentro. Ficou em silêncio por um in