— O que foi? — Henri perguntou, desviando rapidamente o olhar da estrada para encará-la.
— Nada… — ela respondeu, depressa, percebendo que devia estar com uma expressão boba demais.
— Pode falar a verdade — ele insistiu, com a voz mais suave.
Ela apenas suspirou, engoliu em seco e decidiu ser sincera.
— Eu só… não achava que você fosse assim.
— Assim como?
— Alguém que fica com várias garotas ao mesmo tempo.
— Por quê? Por que sou mais quieto? Reservado?
— Talvez — murmurou, pensativa.
Henri manteve os olhos fixos na estrada por alguns segundos, antes de dizer:
— Posso ser sincero com você?
— Se quiser — respondeu, torcendo para que ele fosse.
— Eu tenho dezenove anos, um bom emprego e venho de uma família influente. Por que eu iria me prender a um relacionamento sério agora, se posso aproveitar minha juventude? Não acho que exista problema em curtir esse momento.
A sinceridade dele atingiu-a como um balde de água fria. Não era arrogância, nem deboche, era apenas a verdade crua, dita