Enquanto se sentava em uma das cadeiras do local, que estava pouco movimentado naquela hora da noite, Eloá lançou um olhar discreto em direção a Henri, que examinava o cardápio com atenção.
A testa levemente franzida, os olhos concentrados e a boca bem desenhada, mantida em linha reta, compunham, para ela, a visão do paraíso. Talvez fosse o amor falando mais alto — ou a carência —, mas, naquele instante, Henri parecia o homem mais perfeito da face da Terra.
E, por mais engraçado que fosse, mesmo ele tendo um irmão gêmeo idêntico, Eloá jamais conseguiu enxergar em Gael a mesma beleza que via em Henri. Havia algo de único nele, algo impossível de explicar.
— Eu te amo — murmurou, sem perceber que o pensamento escapava pelos lábios.
Henri levantou os olhos do cardápio, surpreso.
— O que você disse?
Congelando por um segundo, Eloá sentiu seu coração disparar. Percebendo o deslize, se endireitou rapidamente na cadeira, enfiando uma mecha de cabelo atrás da orelha, tentando parecer natural.