Em casa, Andrea observava a filha em silêncio, com o coração apertado. Catarina estava linda, mas havia algo no olhar dela que a preocupava; uma tristeza discreta, quase imperceptível, mas que uma mãe sempre percebe.
— Você está linda, filha — disse, tentando soar animada.
— Obrigada, mãe — respondeu Catarina, forçando um sorriso enquanto recolhia a pequena bolsa sobre a cômoda.
— Então vamos logo, o ônibus não vai esperar — insistiu Andrea, pegando a bolsa dela.
Catarina olhou para o próprio reflexo uma última vez. O batom vermelho destacava seus lábios, o vestido branco caía perfeitamente e o cabelo ruivo brilhava sob a luz do quarto. Tudo estava certo por fora, mas por dentro, ela se sentia em pedaços. Respirou fundo, ergueu o queixo e sussurrou para si mesma:
— Vamos acabar logo com isso.
Em seguida, saiu do quarto, acompanhando a mãe. Seu pai já as aguardava na sala e, ao ver a filha, não pôde evitar um olhar de aprovação. Apesar disso, permaneceu em silêncio, apenas ajustando o