Como nunca percebeu aquele lado possessivo de Gael? Como nunca notou o quanto ele poderia dominá-la apenas com a força silenciosa da sua presença?
Os olhos dele queimavam sobre seu rosto e Eloá, perdida entre o desejo e o medo de se afogar nele, fechou os olhos. Tentava recuperar o fôlego, controlar os batimentos acelerados que ele sempre arrancava dela e que agora, deitada ao lado dele, pareciam ainda mais descompassados.
Sentiu o colchão ceder levemente quando Gael se ajeitou ao seu lado. Um instante depois, o calor da mão dele repousou sobre sua barriga, traçando carícias lentas. O gesto, embora carinhoso, lhe trouxe um incômodo súbito, fazendo-a contrair o corpo.
— Não faça isso… — murmurou, quase num sussurro.
Gael não recuou de imediato. Seus dedos percorreram um último traço antes de pararem, e sua voz veio baixa.
— Por quê? — perguntou, olhando-a como se quisesse atravessar cada barreira que ela ainda mantinha.
Sem coragem de encará-lo, Eloá engoliu em seco.
— Porque é estranh