O que responderia para ele naquele momento? A mágoa queimava por dentro, e poderia muito bem revidar com palavras afiadas, só para machucá-lo tanto quanto ele a havia machucado. Mas… valeria a pena?
Não queria vê-lo sumir outra vez, e, ao mesmo tempo, não suportava a ideia de tê-lo ali, tão perto, naquele instante.
Que droga de vida era aquela, em que tudo parecia se tornar mais difícil a cada dia que passava?
— Não acha que está exigindo respostas demais de alguém que acabou de descobrir tantas coisas de uma vez? — devolveu, encarando-o com a cabeça erguida, embora por dentro estivesse em pedaços.
Ele mordeu o lábio, como se quisesse segurar algo, e a expressão ansiosa denunciou o quanto estava lutando contra si mesmo.
— Me desculpe… — disse por fim, soltando o ar de maneira pesada. — Você tem razão. Eu não posso pedir que me responda antes mesmo de digerir tudo o que descobriu.
Houve um breve silêncio, até que ele continuou um pouco desesperado:
— Eu não quero te pressionar… nem pos