Todos na casa estavam com os nervos à flor da pele e Catarina mal conseguia respirar sem sentir um peso no peito. Cada vez que recordava os sermões do pai, sentia-se menor, como se tivesse perdido o direito de ser filha amada. Até a mãe, normalmente tão acolhedora, a tratava com frieza, como se ela tivesse se tornado alguém indigno de confiança. Aquilo doía profundamente, e ela se fechava no próprio quarto, evitando palavras ou qualquer contato.
Desejava apenas que aquele pesadelo terminasse, que algo milagroso acontecesse e resolvesse tudo de uma vez. Mas o pensamento em Henri não a deixava. Desde o momento em que foram flagrados, seu coração não parava de se preocupar com ele, imaginando se estava bem, se havia se machucado muito ou se sofria por culpa do ocorrido.
Para piorar, seus pais haviam retirado seu celular, cortando toda possibilidade de entrar em contato com ele. Cada minuto sem notícias aumentava a ansiedade, e ela se sentia impotente, presa entre a culpa, a preocupação e