O voo para Itajaí parecia se arrastar em uma eternidade silenciosa, cada quilômetro que nos distanciava de São Paulo, um peso físico em meu peito. Sentei-me na poltrona da janela, o olhar perdido nas nuvens lá fora, uma tentativa inútil de fugir do turbilhão dentro de mim. Ao meu lado, no corredor, a conversa leve e as risadas abafadas de Bruno e Camila flutuavam, um contraste irritante com o meu próprio inferno particular.
Não consegui evitar a provocação. Virei-me para eles, um sorriso irônico brincando em meus lábios, disfarçando a pontada de irritação por não ser eu ali, rindo com a Alex.
"Olha só, o Advogato e a Bruxinha estão formando um belo par, não é?" comentei, os olhos fixos neles. "Vão acabar casando e me deixando de escanteio."
Camila riu, virando-se para mim, os olhos esmeralda faiscando. "Não se preocupe, Corvo. Você sempre terá um lugar especial no nosso inferno particular. Além do mais, quem cuidaria de você se a gente se perdesse na paixão?" Ela deu uma piscadela par