Alexandra Jones
A porta do banheiro se fechou com um baque, abafando os gritos de Sean, mas não o eco em minha alma. Eu estava encolhida no chão frio, a água do chuveiro escorrendo pelo meu corpo como lágrimas amargas. A raiva ainda queimava em minhas veias, mas por baixo dela, uma dor lancinante começava a se instalar. Essa era a primeira noite, desde que voltamos de Paris, que a briga entre nós era tão real, tão crua. Não eram as habituais provocações, os jogos de ciúmes que Sean tanto gostava. Era uma fenda, uma rachadura profunda no que tínhamos.
As palavras dele – "Você é a própria corda que me enforca, sabia? Você me tira do eixo, me deixa vulnerável" – ecoavam em minha mente, dolorosas. Ele estava certo. Eu o tirava do eixo, o expunha a uma vulnerabilidade que ele, o CEO indomável, raramente mostrava. E eu odiava o quanto isso me afetava, o quanto eu me importava. Minhas emoções estavam um caos, um turbilhão de fúria, ciúme e, acima de tudo, uma paixão avassaladora que se recus