EMMA.
~~••~~~
Começa mais uma semana de trabalho. Um daqueles começos em que levantar da cama se assemelha a um ato heroico – e não por falta de despertador, mas por excesso de realidade. Permanecer entre as cobertas seria, sem dúvida, a opção mais sensata, mas infelizmente, a vida adulta insiste em não colaborar com os meus desejos mais básicos.
O sol, como eu, aparentemente também decidiu tirar uma folga. Os postes ainda estavam ligados, iluminando um céu cinzento que, devo admitir, me agradava profundamente. Há quem deteste dias nublados, mas eu? Sou quase uma entusiasta profissional do tempo feio.
As pessoas se atropelavam pelas calçadas, como se a pressa fosse algum tipo de medalha olímpica. Nenhuma alma viva parecia disposta a parar por cinco segundos e apreciar a melancólica beleza do temporal que caía. Paciência. Não se pode exigir sensibilidade poética de todos.
O táxi estacionou diante do edifício imponente, um monstro de vinte e tantos andares. Paguei o motorista e, co