EMMA
~~••~~
Duas da manhã. De sábado pra domingo. DUAS. E aqui estou eu: de pijama, com olheiras dignas de um filme de terror e segurando o celular como se fosse meu último elo com a sanidade. Enquanto isso, o telefone fixo toca como se alguém estivesse morrendo. Spoiler: ninguém morreu. Infelizmente.
Lá fora, o show continua. Thomas – o irmão da Giulia, e meu querido chefe. – achou de bom grado, transformar a frente da minha casa em seu palco particular, e está desde as nove da noite fazendo um escândalo digno de reality show. Tá gritando, cantando, chorando (acho que vi lágrimas?) e o som do carro tá tão alto que tenho certeza de que o cara da pizzaria da esquina ouviu o refrão da terceira música seguidas vezes. Se é uma serenata, é a pior da história.
E os vizinhos… bem, os vizinhos decidiram que meu telefone seria o SAC da vizinhança. Eles me ligam como se eu tivesse colocado o Thomas lá de propósito. Teve até um senhor que eu nem conheço ameaçando chamar a polícia. Sincerame