LARA
Quando a porta da limusine se abre, o mundo vira palco. E nós, protagonistas de um espetáculo meticulosamente ensaiado — pelo menos aos olhos dos outros.
Dorian desce primeiro. Impecável. O terno negro como a noite recém-nascida, o olhar sóbrio, mas com algo por trás, algo que só eu enxergo. Ele se vira para mim, estende a mão e eu a aceito, sentindo a energia que ainda pulsa entre nossos dedos. Tensa. Elétrica. Quase controlada.
Ao me ajudar a sair, ele não diz nada. Não precisa. Seus olhos fazem mais do que qualquer palavra. Eles me percorrem como se confirmassem que eu ainda estou ali, ainda que vestida para o caos.
Os flashes estalam como chicotes. Jornalistas se acotovelam, câmeras piscam, e por um instante, o som do mundo se resume ao clique sincronizado da curiosidade alheia.
Somos o casal da noite.
Ele envolve minha cintura com uma das mãos, firme, como se me pertencesse. A outra repousa em seu bolso com a elegância de quem domina cada segundo da própria imagem. Dorian Ve