A noite estava calma, quase silenciosa, exceto pelo som suave das ondas quebrando na areia e o farfalhar distante das folhas de coqueiro balançando com a brisa salgada. A lua refletia no mar, criando um caminho prateado que parecia levar até o infinito. Caminhei ao lado de Vini com os pés descalços, sentindo a areia fria deslizar entre meus dedos. A cada passo, um pedaço do peso que eu carregava parecia se dissolver no vento.
Vini olhou para mim por um instante, antes de voltar os olhos para o horizonte.
— Você voltaria a morar aqui, Isa? Nesse vilarejo? — perguntou, a voz baixa, quase respeitosa, como se temesse a resposta.
Pensei por um momento, com a brisa balançando meus cabelos para o lado.
— Talvez… depende de como a minha vida estivesse no momento. Mas voltaria pela minha mãe, com certeza. — Suspirei e olhei para ele. — Você está pensando em ficar?
Ele chutou uma conchinha que estava no caminho, como se precisasse de alguns segundos para pensar antes de falar.