Sebastian
Faz seis dias. Seis dias que parecem dois meses. A última e única mensagem foi a três dias. “Ela está comigo.” Só isso. Nenhuma explicação, nenhum pedido de resgate, nenhuma voz humana por trás das palavras. Apenas o vazio cruel de uma ameaça sem rosto.
Eu não como. Mal durmo. Só penso. Penso e repenso cada conversa, cada gesto, cada erro meu que pode ter levado Isadora a isso.
A polícia tenta agir, mas é como assistir um documentário em câmera lenta enquanto alguém grita no fundo da sua cabeça. Eles falam em “protocolos”, “coordenação entre unidades”, “não comprometer a investigação”. E eu só ouço o tic-tac do relógio, zombando de mim, lembrando que ela pode estar sofrendo agora, nesse exato segundo.
Danilo está do meu lado, encostado na estante da sala. Olheiras profundas, barba por fazer, semblante cansado, mas determinado. Ele já me conhece bem demais pra saber que não adianta dizer pra eu esperar.
— Sebastian — ele começa, a voz firme, quase seca — acho que