Ainda sinto o corpo de Isadora colado ao meu, quente, pulsando vida contra mim. O quarto está mergulhado naquela penumbra confortável, só a luz suave que entra pelas cortinas deixando tudo mais íntimo. O cheiro dela ainda paira no ar, misturado ao perfume discreto dos lençóis recém-trocados. Estamos deitados, entrelaçados, minha mão acariciando de leve as costas dela enquanto sua respiração tranquila embala o silêncio.
— Eu ficaria assim para sempre, se pudesse — ela murmura contra meu peito, a voz mostrando um cansaço doce, satisfeito.
Sorrio sozinho, apertando-a mais contra mim.
— Eu também ficaria. Não precisaria de mais nada.
Isadora levanta o rosto, seus olhos brilhando na meia-luz. Fico preso naquele olhar que sempre parece conter mais do que sou capaz de suportar. Ela suspira, como se tivesse guardado por dias o que está prestes a dizer.
— Sabe… eu pensei muito ultimamente. A vida é uma coisa muito louca. A gente passa por coisas absurdas, que parecem impossíveis d