A estrada de volta para casa parece mais longa do que deveria. O céu cinzento pesa sobre mim, e, mesmo dentro do carro, cercada por seguranças e com Sebastian ao meu lado, não consigo relaxar. Ele fala com naturalidade, tenta me distrair com assuntos aleatórios, e me lança olhares pacientes quando percebe minha tensão. Mas por dentro, eu sinto como se carregasse uma pedra no peito.
Assim que chegamos, percebo a movimentação dos seguranças no portão, o dobro de homens do que antes. Eles conferem cada canto, cada entrada, e mesmo assim meu coração continua acelerado. Sebastian segura minha mão quando desci do carro, como se o simples toque fosse suficiente para me ancorar.
— Isa… — ele murmura, baixo, quase uma promessa — nada vai acontecer. Ficaremos bem, eu prometo.
Quero acreditar. Preciso acreditar. Mas conheço Henrique, conheço a escuridão dele. Ele está preso, sim, mas a sombra dele ainda me acompanha. E sei que ele pode ser capaz de qualquer coisa. Essa ideia me consome: