Sebastian
Bato à porta do apartamento com a certeza de que Rebeca já sabe o motivo da minha visita. O silêncio do corredor me envolve como um aviso: o peso do que está acontecendo não é pequeno. Quando a porta se abre, encontro-a ali, com o rosto cansado e os olhos que tentam disfarçar o medo. Ela não precisa perguntar nada — apenas pelo jeito como me encara, sabe que Isadora me contou, ou que eu descobri de outra forma.
Entro devagar, e ela fecha a porta atrás de mim. O apartamento cheira a novo, a vazio, como se ainda não tivesse sido habitado por inteiro. Rebeca se encolhe no sofá, e eu me sento à frente dela, mantendo a voz firme, mas calma.
— Como eu posso ajudar você? — pergunto, sem rodeios.
Ela aperta as mãos sobre o colo, nervosa.
— Não quero que você se envolva, Sebastian. Já é demais o que Isadora fez por mim.
— Rebeca… — suspiro fundo, apoiando os cotovelos nos joelhos e olhando diretamente para ela — eu vou me envolver, queira você ou não. Não é só por você