Isadora
Quando chego à casa de Rebeca, encontro-a na sala, sentada na beira do sofá, as mãos trêmulas e o olhar perdido. É como se o ar ali estivesse mais pesado, impregnado de medo. Assim que me vê, ela levanta os olhos, e só o que consigo enxergar é pavor.
— O que aconteceu? — pergunto, apressada, aproximando-me. Sento no sofá de frente para ela, e espero.
Rebeca respira fundo, como se reunir coragem fosse um esforço físico.
— Ele está aqui… no Brasil. O pai da Ísis. — A voz dela quebra. — Ele já me encontrou.
Meu coração dispara.
— Como assim, encontrou?
— Hoje de manhã… quando levei Ísis para a escolinha. — Os olhos dela marejam. — Ele estava perto da propriedade, encostado no muro, fumando um cigarro… olhando diretamente pra mim.
Sinto o arrepio subir pela espinha.
— E o que você fez?
— Deixei Ísis na escola e voltei correndo pra casa. Mas não o vi mais.
— Rebeca… talvez não tenha sido uma boa ideia deixar Ísis na escolinha depois disso. — Tento